sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Blefe Cotidiano

A vida é um eterno ciclo de piadas feitas, o problema é que a maioria dessas “piadas” são com a nossa cara.
De fato, o destino vive pregando peças enquanto sorri maliciosamente do nosso corriqueiro espanto, e disfarçamos de forma graciosa fingindo que nada está acontecendo e rimos dos outros! Sim! Porque tem coisa melhor do que rir da (dês) graça alheia? Rir daquele cara que tira meleca do nariz no sinal vermelho, rir da mulher de vestido ridículo que tropeça e cai de quatro no meio da rua, ou do cara que encontra o amigo na porta do banheiro e se vê obrigado a apertar sua mão? E amigos... Provavelmente a melhor coisa da vida seja rir e falar dos outros, a complicação vem quando a gente percebe (se é que percebe) que situações como essas não passam de “espelhos” da nossa própria comédia da vida privada. E quem é que nunca levo um tombo feio, tomou decisões precipitadas, amou de forma platônica e ainda foi desprezado ou mesmo foi a um lugar refinado e não soube se comportar? Essas situações em que nos deparamos são a prova viva de que o ser humano é acostumado a rir de si mesmo sem perceber, sem reconhecer que é sim, um palhaço ridículo que só enxerga o nariz dos outros e ri, ri alto, ri forçado, ri quase chorando, e cai num blefe cotidiano que se torna implacável e que ainda te chama de mane enquanto você baba no travesseiro a noite. Porque não somos treinados a nos colocar no lugar dos outros, na verdade, damos graças aos céus por não estarmos “lá”, por essas e outras que eu não falo de mim, eu não quero falar de mim, eu quero falar é dos outros, porque eles sim, fazem as piadas que um dia eu hei de contar!

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